Um blog do 8ºG da Escola S/3 Condes de Resende - Canelas

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Métodos Contraceptivos

Métodos contraceptivos

O sexo deve ser encarado de uma forma saudável, uma vez que é algo natural.

Quando tiveres relações sexuais é importante que o faças de forma segura e informada, para que, sem medos e receios, e de forma tranquila e agradável, possas viver a sexualidade e as relações sexuais em condições que te sintas bem.

É importante pensar sobre o que queres e sentes, procurar na tua cabeça e no teu coração se de facto desejas iniciar a vida sexual, se estás preparada(o) e informada(o) sobre a contracepção e sobre as tuas ideias e valores sobre sexualidade.

É importante pensares nisto para que possas viver uma experiência agradável e gratificante, de modo a que tudo corra como idealizaste porque tudo isto faz parte do teu crescimento e fará parte da pessoa que és e serás. Por outro lado, é muito importante que seja vivido de um modo responsável e muito saudável a fim de evitares infecções, uma gravidez que não desejas neste momento, ou uma recordação menos agradável de um momento que se espera divertido e bem disposto.


Se o intuito da relação sexual é uma gravidez, não deves usar nenhum método contraceptivo e deves falar com um técnico de saúde, mas se de momento não desejas engravidar ou ser pai ou mãe, deves proteger-te utilizando sempre um método contraceptivo seguro, em todas as relações sexuais.

Quais são então os métodos contraceptivos que posso usar, para além da pílula e do preservativo?

Além da pílula e do preservativo, dos quais podes encontrar informação noutros conteúdos deste portal, podes ainda recorrer a uma diversidade assinalável de alternativas, tais como:
preservativo feminino (não comercializado em Portugal);
dispositivo intra-uterino (DIU);
contracepção hormonal injectável;
diafragma;
espermicida;
adesivo contraceptivo;
implantes dérmicos;
anel vaginal;
contracepção de emergência;

Preservativo feminino

É um preservativo feito de poliuretano, fino e resistente, pré-lubrificado e que, uma vez colocado, vai fazer uma barreira que impede a entrada de espermatozóides para o útero. É eficaz na protecção das infecções sexualmente transmissíveis (IST). Este método não está actualmente comercializado em Portugal. Mas, em países como a Espanha e a França, ele encontra-se disponível e também está à venda nos aeroportos.

O dispositivo intra-uterino (DIU)

É um dispositivo que é inserido no teu útero, por um técnico de saúde. O seu mecanismo de acção depende da interferência com a migração dos espermatozóides, com o transporte do óvulo e com a fertilização. Pode estimular ainda uma reacção “inflamatória“ no útero, que também é contraceptiva.

E como se insere?

É colocado por um técnico treinado, logo que seja excluída uma gravidez. É eficaz durante 3 a 5 anos. Deve ser sempre vigiado pelo médico e não é uma primeira escolha para mulheres que nunca tenham tido filhos. É um método muito seguro, mas pode ter alguns efeitos secundários, pois pode agravar as dores menstruais, provocar períodos menstruais muito abundantes e pode, por vezes, facilitar o aparecimento de infecções intra-uterinas.

NOTA: Para lá dos DIU com cobre, existem também DIU medicados com uma hormona (o Levonorgestrel ).Tem uma duração de 7 anos e a vantagem de diminuir o fluxo menstrual, sendo adequado para mulheres que tenham fluxos abundantes.

Que vantagens tem o DIU?

As mulheres podem contar com uma grande eficácia contraceptiva, sem que tenham que associar a contracepção a qualquer gesto diário. Não interfere com o acto sexual.

E desvantagens?

Para além de poder aumentar as dores durante o período menstrual e aumentar o seu fluxo, o DIU não protege das infecções sexualmente transmissíveis.

Contracepção hormonal injectável (injecção trimestral ou semestral)

É um método seguro, que consiste na toma de uma injecção que vai actuar com um efeito semelhante ao da pílula inibindo a evolução. Cada injecção deve ser tomada de 12 em 12 semanas, ou por outro período que o médico determinar.

A sua eficácia é grande e é muito utilizado no pós-parto imediato. Este método pode ter alguns inconvenientes como perdas de sangue frequentes ao longo do ciclo e após várias administrações, ausência da menstruação. Do mesmo modo que, caso queiras engravidar, tens que esperar que o seu efeito seja anulado. Não protege das infecções sexualmente transmissíveis.

Diafragma

É um dispositivo de borracha que tem um aro flexível e que quando se coloca na vagina impede que os espermatozóides, alcancem o útero. É um método contraceptivo que não tem efeitos sistémicos indesejáveis. Necessita, no entanto, da intervenção de um médico que avalie a medida correcta do cólo do teu útero e te ensine e oriente sobre os cuidados a ter. Pode constituir um problema para aquelas mulheres que não têm facilidade em tocar o seu corpo. Por outro lado, a sua segurança é relativa. A sua eficácia aumenta usando em simultâneo um espermicida.

Actualmente é muito difícil encontrar à venda em Portugal. Dá pouca protecção em relação às IST.

Espermicida

Podem ser encontrados em forma de cremes, sprays, geleias, óvulos e esponjas cervicais. É introduzido na entrada do cólo do útero, e deve ser aplicado 5 a 10 minutos antes do acto sexual genital, excepto as esponjas / tampão contraceptivo que podem ser inseridas horas antes. É um método contraceptivo que age químicamente inactivando o esperma.

Os efeitos indesejáveis conhecidos prendem-se com a possibilidade de causarem alergias. É um método pouco seguro que deve ser usado em combinação com outros métodos contraceptivos. Tem pouca protecção em relação às IST.

Contracepção de emergência

No caso de algum dos métodos falhar, é importante que saibas que existe um método dito pós-coital (de uso após uma relação de risco), também conhecida como a "pílula do dia seguinte". Não é propriamente um método contraceptivo, mas sim um recurso disponível se existir alguma falha na utilização de um método contraceptivo e se se verificar a possibilidade de gravidez.

Se for utilizada de forma correcta e apenas pontualmente, em situações especiais, não traz riscos para a tua saúde e pode prevenir, com muita eficácia, uma gravidez indesejada.
A contracepção de emergência é utilizada há cerca de 20 anos em muitos países do mundo e foi considerada segura para a saúde da mulher pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e por muitas outras Agências Mundiais de Saúde.

O direito ao acesso à contracepção de emergência, assim como aos outros métodos, está garantido na Constitutição Portuguesa e nas Leis n.º 3/84; 120/99 e 12/2001.

A Lei determina que todas as pessoas tenham direito ao acesso a consultas de planeamento familiar, independentemente da sua idade. Os diversos métodos contraceptivos devem ser fornecidos gratuitamente nos centros de saúde e hospitais públicos.

A contracepção de emergência pode ser usada depois de se ter relações sexuais desprotegidas ou quando o método que usaste falha (quando o preservativo se rompe, quando houve esquecimento da pílula, ou depois de uma situação complicada como é uma violação ou uma relação sexual não desejada), por forma a evitar uma gravidez. Deve tomar-se o mais cedo possível, dentro de 72 horas após a relação sexual. A contracepção de emergência está disponível em Portugal, sem receita médica. Se precisares de a utilizar, recorre a um Centro de Atendimento para Jovens, a um Centro de Saúde ou a um Gabinete de Apoio à Sexualidade juvenil do IPJ .

Existem dois novos métodos em termos de contracepção
O penso contraceptivo é um contraceptivo que é um autocolante. Tem a mesma eficácia da pílula e o mesmo modo de actuação, é aplicado em cima da pele e não tem a inconveniência dos habituais esquecimentos.

É um adesivo que liberta hormonas através da pele. Estas entram na corrente sanguínea, impedindo a ovulação.

Como é que se usa?

Coloca-se durante três semanas consecutivas e, tal como na pílula, descansa-se na quarta semana, quando se dará a hemorragia de privação. Pode ser colocado e retirado quando se quiser; quando se retira termina a protecção contraceptiva e pode haver uma hemorragia. Este adesivo pode ser colocado nas nádegas, no abdómen, no dorso superior ou no antebraço. Quanto aos efeitos secundários, são os mesmos que a pílula apresenta.
Só pode ser adquirido mediante prescrição médica.
O outro método, também mais ou menos recente, é um método contraceptivo de longa duração que utiliza apenas um progestativo (hormona, semelhante à progesterona ).
Trata-se de um bastonete / implante que tem uma colocação mesmo por baixo da pele (implante intradérmico) e que vai libertando gradualmente e de forma contínua uma substância que se chama Etonogestrel. Este método contraceptivo, se for inserido no primeiro dia do ciclo, dá uma elevada eficácia contraceptiva desde as primeiras 24 horas e prolonga-se durante 3 anos. Tal como outros métodos hormonais progestativos, provocam alterações do ciclo menstrual e ao fim de algum tempo - cerca de 6 meses a um ano- a mulher pode deixar de menstruar. Entretanto, se se remover o implante, a normalização do ciclo surge quase de imediato, tal como a fertilidade.

Métodos naturais

Existem também métodos de abstinência periódica (por vezes chamados de “métodos naturais“), que podem ser usados como métodos contraceptivos, exigindo uma aprendizagem durante algum tempo e o acordo dos parceiros. São também aconselhados para determinar a melhor altura para a concepção.

Os métodos de abstinência periódica não protegem das IST e implicam uma observação diária (excepto o calendário). Mesmo assim, a sua taxa de eficácia, em jovens e adolescentes é relativamente baixa.

Método do calendário

É um método que consiste em anotar durante mais ou menos 1 ano a duração dos ciclos menstruais. Uma vez feita esta contagem, tem de se subtrair ao ciclo mais curto (18 dias) e ao ciclo mais longo (11 dias). A partir do momento em que estes resultados estão encontrados, o intervalo entre ambos, do menor para o maior, indica o espaço de tempo no qual a mulher se encontra no período mais fértil dos seus ciclos, onde ocorre a ovulação e é mais provável que aconteça uma gravidez. Por exemplo, imaginemos que uma mulher contabilizou o seu ciclo mais curto com 26 dias e o seu ciclo mais longo com 30 dias. Então: 26 – 18 = 8 e 30 – 11 = 19. Quer isto dizer que os dias mais férteis desta mulher são entre o oitavo e o décimo nono dia do ciclo, dias em que não deve ter relações sexuais ou, querendo-o, terá de utilizar um outro método contraceptivo. Convém não esquecer que o primeiro dia do ciclo é o primeiro dia em que aparece a menstruação.

Método do muco

O muco é uma substância gelatinosa, produzida pelas glândulas do cólo do útero que sofre alterações ao longo do ciclo menstrual. Na altura da ovulação adquire uma aparência de clara de ovo com grande elasticidade (filância). Este muco filante facilita a entrada de espermatozóides no útero. Se uma mulher quiser utilizar este método para contracepção deverá, todas as manhãs, observar se tem muco na vulva e como é a sua aparência. A aprendizagem pode demorar algum tempo, porque pode ser difícil distinguir o muco de sémen ou algum corrimento. Convém ser acompanhada por um médico ou alguém que seja um bom conhecedor deste método. Para aumentar a eficácia contraceptiva deste método, a mulher / rapariga só deverá ter relações sexuais 3 dias depois da ocorrência do ponto máximo de filância do muco é um método arriscado no que concerne à contracepção.

Método da temperatura

A temperatura basal do corpo de um mulher (medida logo ao acordar, sempre à mesma hora, antes de comer e sem ter feito esforço muscular tirando a temperatura na boca, no recto ou na vagina, usando sempre o mesmo termómetro), é variável durante o seu ciclo. Assim, a temperatura nos dias entre a ovulação e a menstruação seguinte sobe cerca de 2 a 5 décimos de grau. Então, só três dias depois desta subida de temperatura ter acontecido, é que é menor o risco da mulher engravidar.
Não te esqueças de uma situação importante, que são as variações de temperatura que o teu corpo pode ter, como por exemplo, no caso de teres febre ou de alterares a tua hora de dormir. Não te esqueças que para usares este método como contracepção, tal como os dois anteriores, tens de conhecer bem o funcionamento do teu corpo, é um método arriscado no que concerne à contracepção.

Coito interrompido

É o que não entra em nenhuma categoria dos anteriores (embora possa ser considerado “método natural”), mas que é usado por muitos casais adultos. Implica um bom conhecimento do corpo e das suas reacções face à sexualidade. Consiste em retirar o pénis do interior da vagina quando o homem sente que a ejaculação está próxima. É um método pouco seguro, dado que os fluidos seminais produzidos antes da ejaculação e que têm uma função lubrificante, já podem conter espermatozóides. Para alguns casais, ele pode interferir no processo do prazer e do orgasmo.
Não protege das Infecções Sexualmente Transmissiveis.

Métodos irreversíveis

Existem também outros tipos de métodos contraceptivos, mas que habitualmente não são aconselhados para jovens que ainda não tivereram filhos.

Laqueação de trompas


É uma operação que tem de ser feita por um médico e que exige algum tempo de hospitalização. É uma operação feita com anestesia local ou geral. Consiste em fazer um bloqueio ou uma laqueação das trompas de falópio que impede os espermatozóides de entrarem na zona uterina onde se dá o encontro com os óvulos. Uma vez que os ovários e o útero não são afectados, o ciclo menstrual ocorre sem alterações.

Vasectomia

É também uma operação feita por um médico, sem necessitar de hospitalização (pode mesmo ser realizada num consultório médico, por um urologista ) com utilização de anestesia local. Consiste num corte feito no canal deferente, que é a via que transporta os espermatozóides. Então, quando um homem tem relações sexuais e ejacula, esse sémen não contem espermatozóides, logo não haverá risco de engravidar a sua parceira. No entanto, durante os primeiros três meses, após a vasectomia, o homem deve usar outro método para ter a certeza de que não ficou nenhum espermatozóide no canal. Este método não afecta o desejo sexual, a erecção, a ejaculação, o orgasmo: o sémen que sai é que não contém espermatozóides